Um clássico moderno, o romance distópico de Aldous Huxley é indispensável para quem busca leituras sobre autoritarismo, manipulação genética, ficção especulativa e outros temas que, embora tenham surgido com força durante a primeira metade do século XX, se tornam cada dia mais atuais.
Em uma sociedade organizada segundo princípios estritamente científicos, Bernard Marx, um psicólogo, sente-se inadequado quando se compara aos outros seres de sua casta. Ao descobrir uma “reserva histórica” que preserva costumes de uma sociedade anterior – muito semelhante à do leitor – Bernard vai perceber as diferenças entre esta civilização e a sua – e a partir de um sentimento de inconformismo ele desafiará o mundo. A história de Bernard se passa em um ambiente em que a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar a alienação; um universo que louva o avanço da técnica, a produção em série, a uniformidade contra a diversidade.
Muitas das previsões de Huxley vieram a ser confirmadas anos mais tarde, como a tecnologia reprodutiva, as supostas técnicas de aprendizado durante o sono e a manipulação pelo condicionamento psicológico.
Ao lado de obras como Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, e 1984, de George Orwell, que criticavam os governos totalitários de esquerda e de direita, Admirável Mundo Novo figura na lista dos livros mais relevantes e influentes de todos os tempos. O clássico de Huxley não é somente um hábil exercício de futurismo ou de ficção científica, mas um olhar acerca do autoritarismo no mundo desde que o livro foi publicado, em 1932, e que continua a nos assombrar.
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